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A Obsolescência e a mudança do papel do designer

Após a guerra para não fechar fábricas e não desacelerar a produção que era exigida durante o período de conflito, foi preciso mudar também o pensamento do consumidor para que toda a produção fosse absorvida, então precisava-se que os consumidores se vissem compelidos a trocar o que já possuíam em casa por equipamentos novos, por sua opção e não por uma questão de necessidade.

Para que fosse possível um consumo cada vez maior era necessária a expansão do crédito, desse modo, em 1950, tivemos o surgimento do cartão credito, essa expansão creditícia como forma de crescimento econômico para os EUA fez com que este país atingisse o status de sociedade consumista, marcada pelo desperdício e exagero. Os 30 anos após o fim da segunda guerra foram marcados pelo ápice do modelo fordista de acúmulo de capital decorrente da expansão contínua do consumismo.

Mas a concessão do crédito não era suficiente, era preciso também realizar uma mudança no pensamento do consumidor e nos métodos de produção, como quase todos os americanos já possuíam os produtos eletrônicos básicos em casa e o pensamento consumidor da época era de usar um produto até que ele não servisse mais, foi incutida na mente das pessoas a ideia da obsolescência estilística, uma estratégia de mercado que era utilizada desde a década de 1930, que impulsiona o consumo com a ideia da troca de um produto em perfeito funcionamento por outro mais moderno e com design diferenciado.

Apesar de ter a obsolescência estilística entranhado no pensamento do consumidor, ainda havia um “problema” para o mercado, os produtos tinham uma longa duração, e os lucros não eram tão bons com a venda de produtos que demoravam para serem readquiridos. Foi aí que teve-se a ideia de criar um novo tipo de obsolescência (entre as décadas de 1950 e 1960), que passou a se chamar de obsolescência programada, ela tem esse nome pois os próprios fabricantes ao fazerem o projeto de seu produto o realizam de um modo que este dure um tempo mínimo para que o consumidor o reponha da forma mais rápida possível, apesar de a tecnologia permitir criar produtos cada vez mais duráveis. O primeiro produto a sofrer com a obsolescência programada foram as lâmpadas, que antes eram feitas para terem uma duração de 2.500 horas e passaram a apenas a 1.000 horas.

Para que estes produtos durassem menos os designers e engenheiros que antes tinham o dever de apresentar um produto de qualidade e longa duração, a partir deste momento, passaram a ter o dever de inovar periodicamente na produção, ainda que a inovação seja composta de mudanças mínimas, para aumentar o índice de compras e satisfazer o novo modelo de consumo. Eles tiveram que mudar o método de criação dos produtos das empresas para criar produtos mais frágeis e com menor durabilidade, e com uma nova roupagem em um curto espaço de tempo, pois se a obsolescência programada não agisse a sua aparência estética faria o mercado de consumo agir.


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